sábado, 7 de janeiro de 2012

“Prefiro que meu sangue seja derramado do que afastar-me daqui”


Hoje, dia 7 de janeiro, a Igreja celebra a memória do Martírio de Lindalva Justo de Oliveira, fc:

Lindalva era filha do segundo matrimônio do agricultor João Justo da Fé e Maria Lúcia da Fé, sendo ela, a sexta de treze filhos do casal. Ela nasceu no município de Açu, no Rio Grande do Norte. Foi batizada no dia 7 de janeiro de 1954, pelo Monsenhor Júlio Alves Bezerra e desde muito cedo educada e orientada pelos pais na prática da piedade, da devoção e da caridade, manifestou precocemente sua inclinação para a vida de oração e para a prática da caridade para com os empobrecidos.
No dia 16 de julho de 1989, dia de Nossa Senhora do Carmo, Lindalva e outras cinco companheiras iniciaram o noviciado na  Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Recife. Tendo encerrado o noviciado, Irmã Lindalva emite votos simples de pobreza, castidade e obediência.

No dia 29 de janeiro de 1991, Irmã Lindalva é enviada para a Bahia, onde trabalhará no Abrigo Dom Pedro II, no bairro do Roma, na cidade baixa, em Salvador. Esta instituição, fundada em 1887, presta assistência a idosos empobrecidos. Irmã Lindalva é destinada a um pavilhão que atende a 40 anciãos. Todos os testemunhos colhidos para o processo de beatificação relatam sua simplicidade, cordialidade e alegria com que tratava a todos. Realiza serviços simples e humildes para os idosos internos.  Durante um retiro espiritual, em janeiro de 1993, parafraseando São Vicente de Paulo, afirma sentir-se mais realizada e feliz no seu trabalho que o Papa em Roma.

O Assédio

Em janeiro de 1993, devido a uma recomendação, o abrigo teve que acolher entre os anciãos Augusto da Silva Peixoto (foto ao lado), homem de 46 anos, que não tinha direito de ser interno, em virtude de sua idade. Ele passou a assediar Ir. Lindalva, e tornou-se insistente e inconveniente. A religiosa, com medo, procurou afastar-se o mais que pode de Augusto. Narrou a situação a outras irmãs e intensificou sua vida de oração. Seu amor aos idosos a mantiveram no abrigo, e chegou a confidenciar a uma coirmã: “prefiro que meu sangue seja derramado do que afastar-me daqui”.
Os internos repreendem Augusto e insistem para que Irmã Lindalva relate o fato ao diretor do serviço social do abrigo. No dia 30 de março a funcionária Margarita Maria Siva de Azevedo, repreende Augusto. Augusto dirigiu-se à Feira de São Joaquim no dia 5 de abril, Segunda-Feira Santa, e comprou uma faca peixeira que amolou ao chegar no abrigo.


O Martírio

No amanhecer do dia 9 de abril, Sexta-Feira Santa, Irmã Lindalva participou da Via-Sacra, na paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem. Ao regressar, serviu o café da manhã aos idosos, como de costume. A irmã – ocupada com o serviço – não percebeu que Augusto se aproximava. Foi surpreendida com um toque no ombro. Ao virar-se, recebeu os golpes que lhe tiraram a vida. Um senhor ainda tentou intervir; mas Augusto ameaçou de morte quem ousasse se aproximar. Após o crime, o assassino foi esperar a polícia sentado em um banco, na frente do abrigo. Após condenação, foi internado em um manicômio judiciário.
Os médicos legistas identificaram 44 perfurações no corpo da religiosa. Imediatamente seu assassinato foi identificado pela comunidade católica como martírio, e associaram a tragédia às celebrações da Sexta-Feira da Paixão.


Le Prevost nos diz:
"Sozinho, o sofrimento é amargo; com Jesus, ele se torna doce e benfazejo"


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