domingo, 8 de maio de 2011

“Eis aí a tua Mãe!”

 
É assim que eu ouso iniciar este texto... Proferindo, pois, estas mesmas palavras de Cristo, enquanto pregado à Cruz, procurarei de modo, o mais proeminente, afirmar a relação entre a maternidade mariana e a maternidade das mulheres e o quanto estão estritamente unidas uma a outra.


Com efeito, Deus quis que, da mesma maneira que uma mulher, ou seja, Eva, contribuiu para a morte, a partir da aceitação daquela que estava predestinada a ser a Mãe de Seu Filho, a mulher também contribuísse para a vida. Nossa Senhora, portanto, surge como um novo modelo de mulher para todas as mulheres, pois na figura de Maria Santíssima, vemos mais facilmente que a mulher “não foi feita para sofrer, mas para provar a vida no que ela tem de bonito e desafiador”, porque nada mostra tão eficazmente a dignidade do ser mulher, do que a grandeza e a feminilidade de Maria, e nos faz reconhecer a sutil firmeza, a doçura, a ternura e solicitude que lhes são próprias, ao ponto de expressar exatamente o que diz o Beato Henrique Suso: “tenho por costume honrar e venerar todas as mulheres, porque todas recordam ao meu coração a poderosa Rainha dos céus, a Mãe de meu Deus, a quem tão obrigado estou ”.

Consideravelmente, no que diz respeito à vocação mariana à maternidade (cf. Lc 1,31.35), reconheçamos: assim como Maria, a mulher/mãe participa do ato criador do Todo-Poderoso, sem que este ato O diminua ou a faça constituir-se deusa... Ora, como mãe, Maria é aquela que conduz seus filhos ao Caminho, que lhes mostra a Verdade e que os dá, diariamente, à Vida, assim como vimos nas bodas de Caná na Galiléa. Por isso, a Santíssima Senhora é exemplo de maternidade para todas as mulheres que buscam, no seguimento de Jesus, dizer sim a tudo que faz menção à Vida, e neste ínterim apresenta-se a nós esta relação entre a maternidade mariana e a maternidade das mulheres e a sua estrita união. E, por essas e outras, que acredito na importância de honrar uma mulher naquilo que a faz justamente ser o que é, ou seja, Vocacionada à propagação da vida como graça que a conduz na participação deste divino ato, que de acordo com o Beato, Papa João Paulo II: “Deus reservou à mulher, a exemplo de Maria, o papel de gerar outros cristãos para a regeneração da humanidade. Somente elas podem conceder aqueles que continuam a grandiosa obra salvífica de Cristo”.
Maria gerou em si, por nove meses, aquela Pessoa divina que já estava no corpo desde a sua formação. Assim como numa gestação comum a todas as mulheres e a ação geradora dos pais, em unidade com a ação criadora de Deus-Pai, tem por fim toda a pessoa, alma e corpo. Eis que no ventre de uma Mãe que concebe seus filhos, a vida se concretiza... Mas neste viés fique claro que criar é um ato divino, é tirar do nada... E isto só Deus pode fazer! Mas, daí também nasce a atuação maternal de Maria que repercute na Pessoa do Verbo, que por isso mesmo é realmente Seu Filho. Maria é Mãe de Deus porque, da sua própria carne, comunica ao Verbo uma natureza semelhante à sua. A mulher, quando mãe, comunica a vida que Deus lhe concede gratuitamente e à criança que encontra-se em seu ventre.


Entretanto, é nessa ação de transpor desafios que, sempre, encontraremos Maria como Aquela que, de modo ímpar, assume na sua maternidade biológica a maternidade espiritual que Jesus, seu Filho, lhe confere ao dizer ao discípulo: “eis aí a tua Mãe!” e que, de acordo com o Bem-Aventurado, Papa João Paulo II “exprime-se em todos os setores da difusão da graça, de modo particular no quadro das relações pessoais. Trata-se de duas maternidades inseparáveis: com efeito, ambas fazem reconhecer o mesmo amor divino que deseja comunicar-se aos homens” .

Em suma, acredito que Maria, a nova Eva, viveu tal condição até o fim: sim! Porque foi justamente lá, aos pés da Cruz, quando tudo parecia ser fim, que Ela em profunda comunhão com o seu Filho, desempenhou um dos mais belos exemplos de amor gerador de vida que uma mãe é capaz: no momento mais crítico, Ela não O reteve, mas ao contrário, num humilde gesto, contribuiu para um novo começo ao abrir o seu regaço acolhedor à humanidade do discípulo, do filho que se questiona: “e agora, a quem iremos, Senhor? Ela acolhe o mandato do Senhor: “eis aí o teu filho!”e, ao mesmo tempo, doando-nos plenamente a nós o que ela tem de mais precioso, demonstra valores de significativo heroísmo maternal, talvez com a mesma intensidade e convicção daquele momento em que ela pronunciara o seu Sim, como nos lembra a música: “Não temas doce anjo do Senhor, escuta o que agora eu vou falar! Sorri, vai ao céu anunciar: sim, eu serei a mãe do Salvador”.

Ir. Gilson Feliciano, s.v.


 Lembramos:


Hoje, dia 8 de maio, comemoramos o aniversário do nosso querido Irmão Santos, s.v.




Quarta-feira, dia 11 de maio, é o dia de comemorarmos o aniversário do nosso querido irmão Pe. André, s.v.

 


Agradeçamos a Deus pelo dom da Vida dos nossos irmãos!!!!!!!




Pe. Le Prevost nos diz:



"A graça superabundou em Maria, certamente devido à misericórdia gratuita de Deus, mas também por causa da fidelidade com que Maria soube corresponder". (Sermões, p. 21)

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