domingo, 6 de setembro de 2009

DÍZIMO É FRUTO DE RECONHECIMENTO.

Para aqueles que desconhecem a origem e sentido do dízimo, num primeiro momento, dá-se a impressão de ser uma nova maneira de ganhar dinheiro. Mas podemos dizer que se trata de uma prática milenar das comunidades que participavam, geralmente de alguma religião.

O Antigo Testamento faz muitas citações sobre esta contribuição e sua importância. O dízimo consistia em contribuir com um décimo dos frutos da terra e do rebanho, tendo em vista que o povo antigo morava na roça. Hoje, grande parte das pessoas mora na cidade e somos assalariados. Portanto, temos que analisar esta prática de outra maneira e de modo pastoral.
O dízimo trata-se de uma expressão forte de vida em comunidade, é conseqüência de um ato de fé, gratidão e desprendimento. Pelo fato de termos recebido gratuitamente de Deus tudo que existe na natureza, nós somos os responsáveis pela transformação e distribuição dos bens entre todos. Daí dizer que o dízimo não é aquilo que sobra ou uma oferta qualquer. Ele deve ser uma dádiva gratuita da pessoa como gesto de agradecimento a Deus. É um dom de partilha, que nasce da consciência e necessidade de agradecer a Deus por tudo que temos e somos: pela saúde, pelo trabalho, enfim, por tudo que recebemos em nossa vida.
A contribuição dizimal não deve onerar a ninguém. Cada um que se disponha a oferecer a sua contribuição deverá fazê-lo espontaneamente, conforme as suas posses e de acordo com a sua consciência. Esta contribuição destina-se para as despesas comuns que obrigatoriamente uma paróquia tem mensalmente e das quais não pode fugir, já que precisa sobreviver com dignidade e justiça. Por isso devemos reconhecer que participamos de uma comunidade cristã que precisa se organizar e ter condições suficientes para arcar com seus projetos e trabalhos pastorais a favor de todos. Reconhecer isso é ter consciência madura e espiritual de partilhar o dom e fruto do esforço individual do trabalho profissional.
Contribuir com o dízimo é ter certeza da profunda comunhão com Deus e do reconhecimento da importância de ajudarmos nos trabalhos de evangelização e crescimento da Igreja e do Reino de Deus. Dar o dízimo é colocar a minha consciência em sintonia com a comunhão eclesial. Como nos diz São Francisco de Assis: “é dando que se recebe” e como recebemos muito de Deus, é justo e prudente que todos contribuam, numa partilha fraterna para o crescimento da comunidade cristã.

texto escrito por: Joaquim Nogueira Barbosa.

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